DIA MUNDIAL DA ÁRVORE | DIA INTERNACIONAL DAS FLORESTAS

 



Neste dia, começou-se por comemorar o Dia da Árvore, mas atualmente é comemorado também o Dia Internacional das Florestas, após a Resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas (A/RES/67/200 de 21 de Dezembro de 2012). Tradicionalmente comemorado com o dia da árvore, é justo que também sejam comemoradas as florestas, aliás, a sabedoria popular alerta-nos que não devemos olhar para a árvore e não ver a floresta. Este ano o tema é “Florestas e alimentos” que pretende alertar para a importância das florestas para a obtenção de alimentos, medicamentos e meios de subsistência, em particular para os povos indígenas.


Sabendo da importância económica das florestas portuguesas, devemos estar sempre conscientes que um dos maiores, senão mesmo o maior, problema das florestas portuguesas é o seu ordenamento. Tem de existir lugar para todo o tipo de florestas, a floresta denominada produtiva tem de existir, mas plantada de forma ordenada e intercalada com a floresta autóctone. Neste tipo de floresta produtiva, estão incluídos os povoamentos de pinheiro bravo e eucalipto, que deverão ser alvo de ordenamento, evitando grandes áreas contínuas de monoculturas e o pensamento meramente economicista. 


As florestas autóctones são a nossa maior riqueza, são uma herança que todos deixaremos às gerações vindouras. São investimentos feitos para os netos e não para nós, não teremos um retorno pessoal, mas um retorno enquanto país. A conservação da biodiversidade, o sequestro de carbono, a sua importância no ciclo da água e a mitigação das alterações climáticas deveriam ser razões mais que suficientes para que o poder político criasse mecanismos para apoiar quem resiste e mantém, ou aumenta, as áreas que possuem de floresta autóctone. Quando pensamos em floresta, não nos vem à ideia um pinhal ou eucaliptal, mas sim florestas de folhosas, com uma grande diversidade de espécies de flora e de fauna. Aliás, no imaginário dos contos infantis todos falam em florestas encantadas e não em pinhais ou eucaliptais encantados.


Por esses motivos, urge manter as florestas autóctones e, sempre que a nossa voz puder ser ouvida, deveremos “ordenar” que ordenem a floresta. Há lugar para os dois tipos de floresta, mas a mais importante, sem qualquer dúvida, é a nossa, a nossa floresta autóctone.


Texto Fernando S. Alves, Associação Montícola


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